O cenário da construção civil: setor da Industria, comércio e serviço.

A construção civil, tradicionalmente faz parte de um setor da indústria e que, como outros, tem uma estreita relação com o setor econômico de um país, dai – talvez – muitas das crenças quanto a definição de forma generalizada do setor. Porém, acreditamos que estamos bem além deste, e da forma como tratamos a economia. Não queremos falar aqui da economia de forma unilateral – como é tratado na maioria das vezes – para norteia o conceito de construção civil, ao contrário deste pensamento popular predominante sobre o setor. Dito isto, não estamos considerando neste material, a economia – somente – no sentido stricto sensu, como comumente se discute ou se conhece, de forma generalizada, mas sobre uma outra perspectiva. Para que assim, possamos buscar uma melhor compreensão do que rodeia o setor de construção, tão discutido por muitos, leigos e profissionais da área. Lançar olhar, sobre este setor, para uma economia, no sentido de “o pensar e fazer do humano”, ou seja, uma economia de maior amplitude conceitual, uma amplitude do tipo lato sensu [1]. Dentro do ambiente que envolve a construção de edifícios, por exemplo, é nosso principal papel com este artigo, pois acreditamos que ela está bem além de um, mero, indicador econômico, ou mesmo de estruturas de tijolo e concreto.
Aqui, colocamos a construção civil dentro de um conjunto, formado pelo modo de produzir humano, e alocamos este no que estamos chamando de economia lato sensu. Ou seja, é no núcleo desta que possivelmente possamos nos instalar para tentar entender o que somos, onde estamos e qual nosso papel, enquanto célula de um corpo, o que podemos ou não exercer.
Cenário do setor construção civil
Se olhamos, por exemplo, para a figura acima, onde tentamos desenhar o que estamos procurando definir. Nela colocamos o setor – construção civil – perimetrado por quatro das principais instâncias da sociedade, sociedade globalizada, considerando por meio desta o conceito de modo de produção [2] desta sociedade.
Se abrirmos mais o leque dentro deste contexto (o que iremos buscar fazer com frequência neste texto), temos inserido aí o tripé da sustentabilidade onde existem interseções das questões que perpetuam este trio: social, ambiental e econômica. Ou seja, todos conectando – se, de forma que o que acontece com um resulta em algo no outro.

Tripé da sustentabilidade
Uma característica, que estamos tentando mostrar que de certa maneira se insere no contexto da política, da economia, bem como, no aspecto social dentro da geofísica em que temos a construção civil.
Vejam que neste cenário que se começa a delinear, vários elementos surgem no entorno da construção civil, que não podem ser desconsiderados. Ou seja, no(s) conjunto(s) todos estas partes – dentro e/ou fora do círculo – considerando o limite de cada unidade, tem certo poder em ação de interferência no modus operandi do setor em discutido. São “agentes” capazes de provocarem mudanças de alguma forma num projeto. Estes agentes, são denominados por literaturas diversas de stakeholders. Sendo que,  estas partes que sofrerão o impacto do que venha a ser construído. Sendo que os agentes, a qualquer momento, conforme a conveniência e circunstâncias motivadoras, são capazes de manifestarem sua participação – contrárias ou a favor – no desenvolvimento/andamento dos projetos da construção civil. Estas manifestações, quaisquer que sejam, possuem uma relação estreitamente ligas a questões ideológicas, jurídico-políticas e/ou econômicas, o que estamos conectando (neste material) com o pensamento do modo de produção, outrora mencionado, e suas instancias, bem como uma 4ª variável nesta equação a ambiental.
Pensando um pouco além!
Mas o que tem as instâncias do, dito, modo de produção com a construção civil?
[...] É um questionamento válido e valido para o momento!
No caso deste setor, como exemplo, a partir do momento em que um projeto é pensado, existem sobre ele responsabilidade de cunho ideológico, direto e/ou indireto, podemos citar como exemplo questões sociais para o poder público, bem como questões ambientais para ambos (público e privado) (ideológico) que influenciarão pontual ou totalmente no empreendimento. Não se deve pensar num projeto sem ver as pessoas que já existem ou existirão, bem como, no que este vai provocar com o meio em que vai se inserir. E pensando assim, o modo operandi se fundamenta, para que haja – digamos – certa harmonia, em leis organizadas para nortear ações leis trabalhadas por representante em conjunto com a sociedade de maneira geral, tornando está uma característica jurídico-político.
E temos ainda que, quando se trabalham projetos de construção civil, este consequentemente é capaz de gerar receitas, por meio de trabalho e renda, que será injetado na sociedade (econômico). Neste último, não nos ateremos, neste momento, quanto a forma de distribuição desta receita e renda.
Assim, podemos notar, que não podemos “desatrelar” o setor daqueles que o circunda e que de alguma forma é capaz de modificar seus processos de produção.
Começa a ficar mais claro que quando falamos em construção civil, edificações, estamos falando de um sistema que envolvem pessoas, ambiente, já que nos abastecemos de recursos naturais, legislações que dependem de políticas voltadas para tais, bem como questões ligadas a economia de modo geral.
Notem que estamos colocando que a construção civil apresenta múltiplos fatores para o desenrola de suas atividades cotidiana. Variáveis dependentes, que ao mesmo tempo (em certo estagio) passa a ser dependente de doutra [3], quer seja na construção de uma nova edificação quer seja na reforma de uma outras (por exemplo). Sendo que em ambos os casos as vertentes que circundam a obra devem observadas, analisadas e levadas em consideração de acordo com seu grau de importância para o projeto, isso desde o momento de sua concepção, visando através deste processo de pensamento ter uma maior previsibilidade para as ações futuras. Ou seja, buscar ver longe, contemplando por meio de uma abstração, o maior número possíveis de situações para o percurso do empreendimento. E um dos primeiros caminhos, para que se tenha uma mínima aproximação do real, é procurar conhecer o cenário em que irá ou já esteja, inserir o alvo da demanda de esforços produtivo. Vejam que a própria fala, já toma como base um alto grau de incerteza, quando menciona o abstrato, porém existem meios, metodologias que facilitam o desenvolvimento de sua linha de pensamento.
Temos que admitir a construção civil como um setor com suas próprias particularidades produtivas. Onde ao contrário das outras indústrias onde a fábrica está instalada, com uma estrutura fixa, recebendo demanda de pedidos para assim desenvolver o produto, ela com sentido de empresa se instala no local no produto, fabrica e sai, deixando para traz o fruto de seu esforço produtivo.
[...] Atento aqui, mais uma vez para a terminologia!
Começando a fazer o link com o que discutimos anteriormente o Esforço produtivo se insere, de maneira a se assemelhar – se, no conceito de força produtiva, que por sua vez é uma das variáveis que compõem, o que outrora chamamos de modo de produção. Percebam que está colocação enquadra todos os pontos discutidos anteriormente (social, jurídico – político e econômico).
Modo de Produção = Força produtiva + Relação de produção
Podendo entender esta Força produtiva como capaz de criar, de gerar! Qualquer, atividade cujo objetivo seja fabricar. Lembrando em um questionamento que fizemos para traz, “Mas o que tem as instâncias do, dito, modo de produção com a construção civil?”, eis aqui uma primeira relação.
Nesta força produtiva que colocamos como integrante do modo de produção, temos vários fatores que, basicamente, subdividem – se em 03 (três) principais grupos: (1) Terra (podemos dizer ser o recurso), (2) Trabalho (consideraremos o esforço) e (3) o Capital (. Ficando saliente, que os dois primeiro de certo modo leva ao terceiro. A grande discussão a ser feita e como esta relação se desenvolve no entorno do aspecto em que se insere a construção civil. Já o quesito que refere – se a Relação produtiva, correlacionada com as instâncias já mencionada, anteriormente, ao modo de produção.
Por este motivo, com esta característica em particular, é que queremos atentar para uma base conceitual, essa que estamos propondo, que possa melhor embasar aquilo que desejamos denominar do “o setor da construção civil”, sua alocação em meio ao conjunto social, bem como sua influência e interferência em um sistema maior [4]. Onde buscamos deixar claro que, que seu produto (por exemplo, uma edificação) não está sozinho no espaço geográfico, e que irá provocar e ou sofrer modificações. Ficando evidente que seus projetos, podem nascerem de pensamentos isolados, de um único provedor e muitas vezes de fora do meio onde será locado. Porém, quando na inserção em meio a outros “corpos”, precisarão coexistirem, preferencialmente em harmonia.



[1] O professor Fco. de Assis Guedes Barros (Chico Guedes), da IEES/UVA (Incubadora de Empreendimento Econômicos Solidário da Universidade Estadual Vale do Acaraú), costuma dizer que tudo o que o ser humano faz é economia, sendo dele a colocação “pensar e o fazer humano”, onde ele costuma liga ao termo “Tripo botton line”, para buscar fundamentar sua colocação. Isso nos levar a refletir que está economia seja, de certo modo, a forma de pensar e agir dentro da sociedade de maneira coletiva, na busca pela sobrevivência a cada dia. Podendo está, se fundamentar – também – dentro do um conceito de modo de produção, do ser humano, considerando suas instâncias principais: ideológica, econômica e jurídico – política
[2] Neste momento é válido ressaltar, que o termo “modo de produção”, aqui, toma define “[...] a maneira pela qual uma sociedade produz seus bens e serviços, como utiliza e distribui.”. 
[3] Digamos que tipo um efeito dominó, onde uma peça embora aparentemente sem nenhuma ligação com sua vizinha é capaz de sofre danos ou provoca – lo a ela com uma simples atuação de uma força qualquer sobre esta que a leve a colidir, desencadeando um colapso as demais atingindo desta forma, a um ponto bem mais distante da origem, que se pensava não ter correlação. 
[4] Como uma célula neste grande corpo que é a sociedade!