Por: Fabrina Santos, Pedagoga.
Promover uma gestão democrática e participativa na escola, assim como em outros espaços coletivos, requer um pensar e fazer constante, principalmente por parte da liderança à frente da direção de determinada(s) instituição(ões). É esta liderança em primeiro lugar que, munida de sensibilidade e pensamento crítico-político que iniciará o processo de gestão democrática na escola mediando toda a comunidade escolar, promovendo uma mudança de pensamento coletiva.
A implantação e a afirmação de uma gestão democrática e participativa tem que estar num processo contínuo de contradições e aprendizagens com a comunidade escolar. Requer um exercício constante do ouvir, pensar, falar, opinar, sugerir, deliberar, etc., onde as pessoas que devem estar envolvidas geralmente não tem consciência do seu papel somatório dentro desse modelo de gestão que integra a todos, que visualiza as partes e suas especificidades enquanto todo, fortalecido, estruturado.
As várias incumbências de um(a) gestor(a), escolar nos fazem entender quão importante se faz esse processo de gestão democrática na escola, pois a partir do momento em que todos estão envolvidos, poderão, assim, colaborar de forma a não mais o(a) gestor(a) ter que, muitas vezes, de forma pragmática e autoritária resolver problemas acumulativos em sua função.
Importante destacar, o Projeto Político Pedagógico da escola que, feito a partir de um autodiagnóstico onde este apresentará todo o quadro de problemáticas da escola, dará clareza às ações a serem desenvolvidas para que se atinjam os objetivos que a instituição de ensino deseja alcançar com vistas a uma educação de qualidade.
Educação entendida como sendo o apoderamento da cultura onde esta, por sua vez, é resultado da produção de “valores, conhecimento, tecnologia, ciência, arte, condutas, crenças, tradição”. Esta produção sendo realizada a partir do que o indivíduo irá conhecer e praticar. A escola propiciando condições para que os sujeitos construam sua aprendizagem de forma dialógica e sem direcionamentos intencionais capitalistas.
Uma educação que deve promover o interesse do aluno(a) em aprender. Essa promoção vem através do diálogo constante. E a escola deve entender e estar preparada a correr o risco desse interesse acontecer ou não, pois isso é uma condição da democracia.
É nesse sentido que se faz importante destacar o papel da comunidade escolar representada através dos conselhos. Pois a partir da reflexão-ação destes é que também se estará construindo uma educação que contribuirá para o desenvolvimento qualitativo do fazer educação em âmbito escolar.
Ouso dizer que, quando se consegue desenvolver uma gestão participativa onde todos contribuem de forma atuante para a qualidade do ensino escolar, essa gestão está caminhando para uma dimensão autogestionária, pois consegue atuar, resolver, deliberar de forma unitária dentro do coletivo viabilizando as várias atividades que o diretor ou diretora da escola teria que dar conta dentro de uma lógica da gestão gerencialista.
O sistema educacional nos propõe através de leis, a exemplo da LDB uma educação democrática, sendo que na prática nos coloca mecanismos avaliativos que servem apenas para representar em quantidade a aprendizagem do aluno.
Com esse apontamento podemos dizer que um modelo de gestão democrática e participativa poderá desenvolver um ensino-aprendizagem significativo paralelo ao dinamismo do sistema educacional que nos impõe a realização de avaliações que apenas mostram a aparência da educação escolar.
Mas para que isso se concretize é necessário que todos os envolvidos – diretor(a), professores(as), colaboradores(as), alunos(as), pais, comunidade local percebam a escola como sua. Por isso a importância da figura da diretora ou do diretor como liderança constitutiva de sensibilidade e consciência política para promover a gestão participativa que requer tempo e paciência para ser consolidado.

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