Laje pré-fabricada, o antigo "PM".


No desenvolvimento de tecnologias da construção civil, muitas inovações surgem em meio a criatividade, ou mesmo a necessidade do setor.

Revisado alguns arquivos encontrei no baú, algumas fotos (que me foram ofertadas por um ex - aluno) da ancestral das lajes tipo volterrana - por exemplo - outrora utilizadas em pequenas e médias obras, principalmente aqui na região nordeste do Brasil. As "laje de PM" (onde PM, fazia alusão a Pré - Moldadas). Que eram composta basicamente por "lajotas" de cerâmicas vermelha, aço CA - 50 (o preferido pelos pedreiros era o 8.00mm), areia e cimento que compunham a argamassa.

Particularmente até hoje, tento entender a metodologia de calculo estrutural utilizada para o correto dimensionamento deste tipo de estrutura, e confesso que ainda não conseguir fechar tais dimensionamentos sem encontrar contradições e problemas ao longo do trajeto. No entanto este PM foi muito utilizado, e com bastante frequência, isso até meados do anos 90, quando a aceitação das nervuradas com elementos pré - fabricados de concreto - Volterrana e Treliçada - passaram a ser uma realidade. Embora ainda hoje, existam àqueles que têm predileção por estas peças.

Para aqueles que trabalharam com este produto (e que estão agora em seu momento nostálgico) sabe o quanto seu processo operacional (sem menções a parte estrutural) comparado com a atual era uma sequência de atividades "danosa" em muitos aspectos, técnico, segurança, custos, etc.

E aos que não conhecem vai aqui um resumo de processo de produção destas peças.

Processo operacional do antigo PM.


As lajotas cerâmicas (enchimentos) eram enfileiradas no chão com suas nervuras para cima - geralmente 03 (três) três nervuras - onde dentro desta eram colocado o aço, sendo que dependendo da utilização que se daria a laje podiam variar tanto em quantidade quanto em tipo.

Após o aço colocado vinha com a argamassa de areia e cimento e revestiam esta face da peça. Em seguida jogavam sobre a argamassa, ainda fresca, um pequena porção de areia seca, onde sobre a qual era montada outra peça, seguindo a mesma sequência da primeira e assim faziam várias delas, normalmente os lotes eram produzidos no respectivo vão ao qual se destinavam.


A colocação era realizada - geralmente - por 04 (quatro) pessoas, 01 (um) pedreiro e 03 (três) ajudantes, isso devido ao peso que cada peça apresentava. Dois ficavam na parte superior e 02 na parte inferior transportando e abastecendo.

Elas eram assentadas em posição inversa a qual foram produzida, ou seja, a parte protegida por argamassa - o aço - ficava para baixo. Assim sendo, teoricamente, para que o aço trabalhasse a tração sofrida na parte inferior, bem como demais esforços e a "lajota", juntamente com o capeamento de concreto (quando o tinha!) trabalhar a parte comprimida da laje. 

E é claro o escoramento. E assim a laje estava montada, na obra.

É claro que este é um pequeno resumo de como se trabalhava com esta peça. Ainda assim não se pode tirar o mérito de que muito e por um longo tempo se foi trabalhado com esta metodologia, e que mesmo sem muitos aparatos técnicos atuais, principalmente no tocante as normas vigentes, ainda estão de "pé", embora apresentem problemas.

Agora que conheceram como era, fiquem a vontade para fazer diagnósticos por si, comparações, observações, estudos, etc.